Marina Vasconcellos Rocha e Andrea Seixas Magalhães
Esse trabalho, que é um recorte de uma pesquisa de mestrado, objetiva discutir ambiente e holding na maternidade, a partir de relatos de mulheres migrantes que vivenciaram gravidez, parto e puerpério durante a pandemia COVID-19. Em março de 2020 o mundo foi atingido por um vírus que tornou necessário repentinas mudanças de comportamento e o distanciamento social foi uma das principais medidas de contenção do Novo Coronavírus. A necessidade de distanciamento colocou em maior evidência a importância das redes de apoio e a relevância das interações sociais para a manutenção da saúde mental das mães. Com o fechamento de escolas, espaços de lazer, afastamento da rede de amigos e familiares, a sobrecarga da maternidade foi intensificada. Tornar-se mãe é um processo que envolve muitas mudanças psíquicas e sociais. Para a mãe proporcionar um ambiente suficientemente bom para o filho precisa receber suporte e cuidado de sua família e de profissionais de saúde. Esse trabalho discutirá resultados da análise de entrevistas com mulheres brasileiras que vivenciaram o processo de tornar-se mãe distante de seu país de origem durante a pandemia. Os relatos demonstram que a experiência das mães migrantes no contexto da pandemia, ou seja, de distanciamento da rede de apoio e da língua materna, intensificou sentimentos de solidão e desamparo no período perinatal.