Liliane Falanga
O presente trabalho tem como objetivo, pensar a respeito da importância da morada primera do ser humano – o útero materno. Esta primeira morada, local de ricas vivências da ordem do sensorial, deixam inscrições no aparelho psíquico do embrião, feto, bebê e seguirá no aparelho psíquico ao longo da jornada humana. O trabalho apresenta breves conceitos, por parte de psicanalistas, tais como, Freud, Melanie Klein, Winnicott, Steiner, a fim de melhor compreender o interior do corpo materno e suas consequências para o psiquismo etc. O presente trabalho menciona o conceito de Steiner “Refúgios psíquicos”, que seriam tentativas por parte do psiquismo de buscar formas de aliviar-se da dor, frente às situações de grande angústia criando “refúgios”. Para Melanie Klein, as crianças são cientistas natas movidas por impulsos epistemofílicos que desejam, consciente ou inconscientemente, entrar no corpo da mãe. Freud em 1919 comentou “haver algo estranho no órgão feminino”. Para Freud, esse lugar unheimlich “a entrada para o antigo Heim de todos os seres humanos, para o lugar onde cada um de nós viveu certa vez, no princípio”. O quanto, tais inscrições, permanecem nos indivíduos influenciando na maneira de ver e sentir a vida, quer de forma positiva, quer de forma a produzir sintomas. E, ainda, o presente trabalho questiona se, as inscrições deste Reino – corpo materno – encontram-se perdidas nas profundezas do psiquismo ou, em atividade no interior da psique humana