Adriane Turatti de Rose, Cristiane de Paula Vieira, Gracieli Mühl Zapello, Laysa Acunha dos Santos, Patricia Dias Justo e Sendy Pisoni de Souza Teixeira
O presente trabalho se propõe a pensar dois grupos realizados por nós, em nossa Clínica Escola, abordando o holding como base para o desenvolvimento e pensamento dos aspectos emocionais relacionados às ansiedades impensáveis ou agonias primitivas emergidas durante a pandemia de covid-19. Esta situação social disruptiva trouxe a imposição traumática do ambiente sobre o nosso ser, impactando os processos normais do amadurecimento do indivíduo durante os ciclos da vida. Desta forma o trabalho clínico proposto, primeiramente, foi ofertado para o público externo em forma de Rodas de Conversa online, na frequência mensal, com temáticas variadas como: os silêncios do luto, as dores do luto, rituais e etc. Concomitante a este grupo aberto à comunidade, a equipe interna de profissionais viu-se inevitavelmente vivendo as mesmas ansiedades primitivas frente a descontinuidade e ameaça à vida no período crítico da pandemia. A necessidade de se constituir um grupo interno de reflexão apareceu quando foi possível identificar os incômodos e “silêncios ruidosos” sobre o que estávamos vivendo em reuniões administrativas e de estudo. Então, foi proposto um grupo online, somente para os profissionais da clínica, que ocorreu semanalmente. Este grupo reflexivo organizou-se com o nome de “grupo de luto”. Este setting ofereceu um limite de espaço e de tema, funcionando como um lugar seguro para recuperarmos a continuidade do ser nos próprios terapeutas.