EIXO 5: Ambiente e Holding e o potencial democrático

A multiplicidade de expressões e identidades de gênero tem instigado a clínica psicanalítica em nossos dias. A psicanálise está se enriquecendo e rompendo com compreensões e práticas patologizantes e limitantes no que tange a clínica que aborda as desconformidades de gênero. O discurso analítico ganhou textura através de uma hibridização do campo psicanalítico: estudos de raça e gênero, queer, estudos decoloniais têm tido um impacto significativo para que pensemos uma psicanálise menor. Também é importante ampliarmos nossa paisagem cognitiva para abordar esse tema, resgatando contribuições de importantes autores, como Winnicott, que foram precursores para compreendermos as montagens de gêneros como expressões criativas e singulares dos sujeitos. Também trazemos alguns aportes atuais do campo psicanalítico que possam gerar uma nova sensibilidade às questões de gênero em nossas clínicas e comunidades. Apontarei alguns obstáculos que podem aparecer no âmbito contratransferencial, esperando que as questões aqui levantadas possam favorecer a criação de uma clínica suficientemente-boa e hospitaleira para enfrentar os desafios

Márcia Jappe Camará Fagundes
Psicóloga e psicanalista; membro do Espaço Winnicott Santa Maria (RS); membro fundador do NEMP ( Núcleo de Estudos da Maturidade Potencial); mestranda em Educação na UFSM, especialista em Psicologia do Adulto Maduro pelo Instituto Cyro Martins, Porto Alegre, especialista em Psicologia Comunitária pela UFN,, Santa Maria. Atualmente dirigindodocumentário em andamento sobre Infâncias Transgênero