Juliana Valle Vernaschi, Rosa Maria Tosta e Arianne Monteiro Melo Angelelli

O tema central é a comunicação entre analista e paciente nas consultas terapêuticas, em especial com pacientes que se apresentam num estágio de desenvolvimento emocional com capacidade limitada de identificação introjetiva ou projetiva ou de empatia para com os objetos (as identificações cruzadas). Faremos uma leitura interpretativa do texto de Winnicott “O Inter-relacionamento independente do impulso instintivo baseado nas identificações cruzadas”. Abordaremos primeiro a perspectiva teórica psicanalítica trazida pelo autor em que a comunicação entre analista e paciente ao longo do processo terapêutico se dá à luz das fases do desenvolvimento emocional do paciente. Em seguida apresentaremos a teoria à luz da prática dos dois casos clínicos apresentados por Winnicott. Enquanto o primeiro caso ilustra como o psicoterapeuta pode servir de espelho para o paciente, o segundo identifica a possibilidade de o analista construir com o paciente uma comunicação por meio de identificações cruzadas. Conclui-se pela importância do analista traçar um diagnóstico que irá nortear sua relação e sua comunicação com o paciente, devendo o processo terapêutico partir da etapa em que o paciente encontrou dificuldades no seu próprio