Silvia Maria Vilela Ribeiro

Paciente de 7 anos que decide nunca mais ir à escola, sem que se constatasse motivo que
justificasse essa intolerância. As tentativas de convencê-lo das vantagens da vida escolar e de
pressioná-lo com comentários degradantes para sua autoestima, resultaram em sinais de
depressão como tristeza, anorexia, insônia, irritabilidade, agressividade e inibição para brincar.
Proponho aos pais que usem a palavra ENTENDER, como proposta ao que faremos juntos, o
que proporcionou a essa criança o desejo de vir e sua disponibilidade evidente para buscar ser
entendido. Minha pergunta (“O que tem de tão RUIM na escola?) contém implicitamente
minha compreensão de que esteja dizendo que, sendo a escola RUIM para ele, não podia achá-
la BOA como era esperado dele. Sua resposta revelou sua verdade, até então secreta, do
sentimento que o impedia de querer aprender. Demonstra seu fascínio pela força da palavra:
“Vamos na moça que põe a palavra certa no lugar certo?” Interessa-se muito pelas palavras de
minhas estórias, o que nos leva a oferecer-lhe aulas particulares sobre palavras. Quando volta
para a escola 18 meses depois, livre dos sintomas, domina a leitura e escrita e não tem
dificuldade com o programa de recuperação escolar.