Tábata Romani Hernández
Este artigo, pensado e escrito por uma analisante e analista que segue tentando compreender o ato de acolher e sermos acolhidas(os) em sua forma mais potencialmente estruturante, propõe uma conversa sobre o manejo clínico criativo: de lugar, de vivência e de ambiente. Desse modo, abrimos espaço para debater a função da(o) profissional na reconstrução/construção de um possível universo suficientemente seguro e apto a partir da celebração de sua existência, de seu próprio-ser genuíno, como conceitua Christopher Bollas, fazendo assim campo e corpo para a sua espontaneidade.
A ideia é fazer isso através da investigação conceitual de Bollas e da teoria winnicottiana, acompanhando a apresentação de dois casos vividos na clínica há bons anos. Neles, vamos vendo como essas duas mulheres, hoje adultas, e suas primeiras infâncias violentas e invisibilizadas, estão em processo de poder celebrar o self verdadeiro enquanto criamos juntas, com tempo e muito amor, de um lugar onde possam finalmente estar.