EIXO: 11 – Ambiente e Holding na pandemia
A autora sugere que a obra de Winnicott bem como o estudo de sua biografia foram fundamentais para a criação de um ambiente e um holding favorável a sua prática psicanalítica durante a pandemia. Um psicanalista atento ao seu tempo, participante de atividades de atendimento às crianças evacuadas de Londres durante a II Guerra; presente em programas de rádio e trabalho de orientação às famílias, especialmente às mães, bem como a criação de “consultas terapêuticas” nos ambulatórios de psiquiatria infantil, Winnicott serve de modelo e estímulo para se “ir além” da prática psicanalítica conhecida e também do oferecimento de atendimentos à população em geral. “Se o paciente precisa de análise eu faço análise, se não, faço outra coisa”, dizia ele, sempre ressaltando que era preciso uma sólida formação em psicanálise para se ter essa liberdade de trabalho.
Criador do conceito de espaço e objeto transicional , trabalhando com a ideia de paradoxo, a autora entende que Winnicott fornece o ambiente favorável a que o psicanalista seja capaz de viver em tempos tão cruéis e desafiantes sem perder sua criatividade e espontaneidade, e tampouco a esperança, por mais difícil que possa parecer.
Cristiane Paracampo Blaha
Membro Associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro, ligada a FEBRAPSI, FEPAL e IPA.
Mestre em Psicologia Clínica – PUC /RJ
Coordenadora do “Estamos Ouvindo”, programa da SBPRJ de atendimento gratuito, pontual, por telefone, criado no início da pandemia e em atividade até o momento.
Coordenadora do Setor de Biblioteca e Arquivo da SBPRJ.
Colaboradora do curso de Winnicott do Instituto de formação da SBPRJ.