Erika Foresti Pinto
Este trabalho constitui um artigo teórico que busca apresentar e compreender as inovações teóricas e técnicas propostas por Winnicott envolvendo os conceitos de “setting” terapêutico, cuidado e manejo. Para tal, realizou-se uma pesquisa bibliográfica em artigos do autor, especialmente aqueles dedicados a analisar a técnica psicanalítica por ele desenvolvida para o atendimento de pacientes cujas psicopatologias não eram consideradas como objeto terapêutico da psicanálise clássica. O tema foi selecionado em função da importância de suas considerações e contribuições para a inclusão da utilização do método psicanalítico para a terapêutica de psicopatologias relacionadas às psicoses, casos limítrofes e distúrbios de caráter para além das neuroses, objeto da psicanálise freudiana. Sua pesquisa clínica e teórica iniciou a partir do ponto onde a proposta Freudiana sugeria estudos futuros acerca dos tempos primitivos da natureza humana, pesquisa relacionada ao narcisismo primário e aos primórdios da formação do ego, assim como o estudo relacionado às psicoses. Sua clínica da infância, da família e do ambiente constituíram a matéria prima para a criação dos conceitos de setting, de holding e manejo clínico que tanto ampliaram a abrangência da psicanálise. O objetivo deste trabalho é aprofundar o significado dos conceitos de setting, de holding e manejo como técnicas e posturas do terapeuta winnicottiano, fundamentais para que a atividade de cuidar/curar seja possível no tempo e no espaço específicos e com as particularidades de cada paciente.
Érika Foresti Pinto – Psicóloga, Membro do Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana- IBPW – São Paulo (SP)