Lygia Vampré Humberg

A fobia é um sintoma que causa imenso sofrimento e restrição da vida das pessoas. Atendi, por longo tempo uma paciente que padecia de uma grave claustrofobia (restringindo significativamente sua possibilidade de sair de casa). Foi um tratamento longo, bastante difícil, que me fez pensar em alguns limites da análise, dado que o sintoma persistia, apesar desta paciente ter progredido e melhorado muito no seu bem-estar relacional e profissional. Apresento, assim, um trabalho baseado neste atendimento, pensando nas origens da fobia a partir de Freud (retorno de um conflito recalcado) e de Winnicott (associando o sintoma às angústias impensáveis), diferenciando-os em suas perspectivas de entendimento e de tratamento, mostrando em que sentido tais perspectivas se integram, como também, apontando para o que me pareceu ser um limite do método de tratamento analítico (ao menos, neste caso).