CONFERÊNCIA
Desde o útero, o ser humano é envolvido num ambiente, um holding, onde é “amado” e inteiramente contido. Ao nascer, o bebê ainda não está apto para suprir suas necessidades vitais. Esta “prematuração” leva-o a um estado de desamparo responsável pela absoluta dependência do ambiente, que o protege de uma ruptura traumática com relação à situação uterina. Desta maneira, como observa Winnicott, o parto pode tornar-se apenas uma tensão para a qual o bebê já está preparado. Para que esta linha de vida prossiga de maneira saudável, é vital para o bebê que a mãe, ou quem cuida dele, entre em um estado particular que Winnicott descreve como preocupação materna primária, situação que, se não fosse provisória, constituiria uma doença. A identificação da mãe para com o bebê é de tal ordem que pode levar à formação de uma unidade dual a que nosso autor chama de estrutura meio-ambiente indivíduo. Este meio ambiente facilitador estimula a ocorrência de processos muito precoces, como a integração e associação psicossoma, em que, por meio de uma vivência de ilusão propiciada pela mãe, prepara-se o nascimento da criatividade e a inserção sadia da realidade na vida do bebê, o que proporciona ao bebê a primeira posse não eu. São os objetos e fenômenos transicionais, propícios ao nascimento da capacidade de simbolização e a inserção da criança no mundo mais vasto da cultura humana. A falta deste ambiente facilitador e do holding aponta para uma situação psico-patológica; no extremo, para a formação de mecanismos protetores da revivência das agonias primitivas.
Márcio Cotta Pacheco
Formado em psicologia na PUC-MG em 1966, com registro no CRP-MG da
quarta região, nº 0465. Professor na mesma faculdade de 1964 a 1974. Supervisor de estágio no mesmo período. Professor substituto na Escola de Serviço Social da PUC /MG. Antes de começar formação para psicanalista no CPMG/MG fiz 4 anos psicoterapia de grupo. Formação pessoal para psicanalista no CPMG (Círculo Psicanalítico de Minas Gerais) composta por três partes: 5 anos, chamados de Ciclo Básico, dos quais: 3 anos de estudo de Freud, 1 ano de autores pós freudianos, 1 ano de técnica psicanalítica. 3 anos de supervisão.10 anos de análise pessoal, dos quais: 5 anos de sessões individuais, três vezes por semana, 5 anos com duas sessões individuais semanais e uma sessão de grupo simultânea. Voltei diversas vezes quando senti necessidade de uma reanálise. Fui acompanhado dessa maneira por meu analista didata durante aproximadamente 30 anos. Após o seu falecimento, tive mais três analistas. Apresentei minha monografia do Ciclo Básico Em 1975. Fui professor no CPMG de técnica psicanalítica durante 4 anos e monitor de interpretação dos sonhos na mesma instituição. Dei aula do pensamento de Winnicott no GREP (Grupo de Estudo Psicanalítico). Trabalhei durante vários anos com a técnica proposta por Didier Anzieu: Psicodrama Psicanalítico Infantil. Trabalhei em uma equipe de treinamento de RH (Recursos Humanos) em um banco. Praticamente, desde que me formei, mantenho consultório particular. Trabalhos apresentados, palestras, encontros sobre o pensamento de Winnicott (latino-americano) e também encontros sobre Wi