EIXO 10: Ambiente e Holding e a tendência antissocial

“(…) As adicções podem ser pensadas como uma estratégia paralela de sobrevivência. Elas se colocariam como uma última tentativa de defesa antes da loucura, ou mesmo da morte psíquica. O uso de determinadas drogas seria uma forma de buscar aquela solidão serena, um resguardo com relação ao objeto, a construção de um espaço de proteção que não pode ser desfrutado de outra forma.

A adicção seria uma tentativa de passar sem o outro, evitar essa experiência vivida como insuportável. A alteridade constrange o sujeito a sair de sua reserva protegida e a embriaguez seria um recurso para fazer calar a angústia e reencontrar a quietude. A droga seria o seu objeto transicional, que o faz ter uma relação do interno com o externo. (…)”

Micheli Eckel
Psicóloga clínica, especialista em psicopatologia, especialista em saúde mental, atenção psicossocial e dependência química, e estudante de psicanálise. Mesmo residindo em Santa Catarina, pertence a escola de psicanálise de Curitiba. Com vasta experiência com dependência química e conduta antissocial, hoje atua em clinica e no CAPS 1 de Mafra/SC