EIXO 6: Ambiente e Holding como função do analista

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Neste texto teço considerações sobre manifestações primitivas da mente, abordando o desenvolvimento do conceito de medo do colapso seguida de uma vinheta clínica.

Este tema, muito caro a Winnicott, o medo do colapso é desenvolvido em vários dos seus trabalhos, desde 1952 até a proximidade de sua morte. Muitos autores plantaram raízes, alimentando Winnicott para que estas ideias fossem surgindo e se fortalecendo. Freud, James Strachey, Haydée Faimberg, Wilfred Bion, André Green, Thomas Ogden, Jan Abram, Ofra Eshel, além de muitos outros que vêm iluminando e trazendo continuidade, com seus acréscimos, ao trabalho clínico com estes pacientes que vivem partes de sua vida não vivida.

O colapso já aconteceu, diz Winnicott em seu Axioma. O medo do colapso é o resultado da urgente necessidade de relembrar um colapso que foi significativo. Lembrar só pode ocorrer pela experiência. Relembrar implica um crescimento do ego maior que torna a experiência que ocorreu previamente impossibilitada devido a imaturidade do ego. Na vinheta clínica nos deparamos com momentos vividos em conjunto, paciente e analista onde o colapso vivido no passado é ressignificado na sala de análise em função do setting analítico e suas características de ambiente facilitador e de holding.

Vera Marieta Fischer
Médica, Psicanalista, Membro fundador e efetivo do GPC, Membro Associado da SBPRJ, representante do Grupo de estudos sobre o pensamento de Winnicott no Paraná.